
FACILITISMO. Há escolas que estão a passar de ano alunos carregados de negativas. São essas as orientações dadas pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para quem os “chumbos” são “ineficazes, caros, punitivos e segregadores”. Eis-nos perante mais um exemplo da cultura de facilitismo deste Governo. Sinceramente, e digo-o também como pai, não acredito que a passagem de ano de um aluno que demonstradamente não tem os conhecimentos mínimos aceitáveis o prepare para o futuro. Nada na vida se consegue sem esforço, dedicação e empenho. Sabemos que é assim. Por essa razão, a escola não pode ficar indiferente a essa condição e devia ser das primeiras a preocupar-se com ela.
MARCELO. O Governo só existe para as coisas boas. A prová-lo está o facto de, nas últimas três semanas, o Presidente da República ter de fazer também de primeiro ministro. Foi Marcelo Rebelo de Sousa o primeiro a chegar a Pedrógão Grande e a Tancos e o primeiro a exigir investigações profundas.
CHORO E INSINUAÇÕES. Já da parte do Governo, a ministra da Administração Interna incapaz de controlar as suas emoções cedo revelou não estar em condições de conduzir uma resposta aos acontecimentos. O seu colega da Defesa Nacional, a contragosto, precisou de dois dias para reagir ao assalto ao arsenal militar, relativizando a dimensão do sucedido e emaranhando-se em desculpas e insinuações.
FÉRIAS. O primeiro ministro, esse perante a morte de 64 pessoas, numa clara tentativa de atribuir responsabilidades a quem está abaixo do governo, fez perguntas ao invés de oferecer respostas. De seguida entregou-se ao desfrute de Palma de Maiorca. Sim, tal como qualquer cidadão, o primeiro ministro tem direito a férias, mas todos nós já interrompemos ou alteramos as nossas por razões profissionais ou familiares. Ora, nos últimos anos não me recordo de nada tão grave como o furto de armas de guerra em Tancos e o trágico incêndio de Pedrógão Grande. A hipótese de António Costa ter ido de férias para que o seu rosto não se identifique com aqueles acontecimentos não é de deitar fora. É bem provável que assim tenha acontecido.
Jorge Paulo Oliveira
(Deputado do PSD na Assembleia da República)