
Recutex, Fiavit e Lurdes Sampaio organizaram o projeto “Rfive”, um modelo de sustentabilidade que assenta na economia circular. As empresas pretendem tornar o velho em novo e criar um processo baseado no conceito “zero waste (lixo zero)”. O projeto surgiu com o propósito de antecipar as normas e os objetivos da União Europeia relacionados com a reciclagem têxtil para 2025.
No decorrer do projeto, a Recutex faz a reciclagem de fibras têxteis a partir de peças de vestuário sem uso ou em fim de vida que recebe de marcas e desperdícios da confeção. A Fiavit produz um novo fio já reciclado a partir dessas mesmas fibras e a Lurdes Sampaio usa esse fio, com alta percentagem de fibras recicladas, na produção de novas malhas. As novas malhas são posteriormente introduzidas nas diferentes coleções e acabam por dar origem a novas peças de vestuário.
«A consciência social e ambiental nas empresas tem revelado iniciativas de sucesso na indústria têxtil e do vestuário e este projeto pretende ser um grande contributo para uma cadeia têxtil sustentável e um consumo mais consciente, minimizando o impacto ambiental em todo o seu processo», declarou Conceição Sampaio, CEO da empresa Lurdes Sampaio. «Trata-se de um projeto chave na mão que incorpora mais de meio século de experiência na produção de fibras recicladas num projeto global», explicou João Valério, administrador da Recutex e da Fiavit.
O nome do projeto remete para cinco dos princípios da sustentabilidade e economia circular: reduzir, reutilizar, reciclar, renovar e restaurar. O processo na base do “Rfive” inicia-se com a recolha de resíduo têxtil. De seguida, ocorre a escolha, separação e preparação das fibras têxteis recicladas e depois a fiação da fibra reciclada. No fim, ocorre a produção de malha com algodão reciclado. De acordo com João Valério, «obtemos uma produção sem emissão de CO2, sem consumo de água e sem uso de produtos químicos. Conseguimos, dessa forma, fechar um ciclo de economia circular».