Diretores denunciam que desde o início da pandemia “nem um cêntimo a mais chegou às escolas”

A pedido da bancada parlamentar do PDS, representantes dos diretores de escolas e de associações de pais estiveram a ser ouvidos no parlamento sobre a forma como as escolas estão a lidar com os efeitos da pandemia de covid-19.

“Viram o valor do duodécimo das escolas reforçado para fazer frente às necessidades?” questionou o deputado social-democrata António Cunha, durante a audição na comissão parlamentar de Educação, Ciência e Desporto.

A pergunta levou os diretores a pedir as verbas entregues no final do ano passado aos Cofres do Tesouro, defendendo que as escolas precisam de dinheiro até para que, no próximo ano letivo, possam ajudar os alunos prejudicados com o ensino à distância.

“Numa tirada panfletária, diria que nem um cêntimo a mais chegou às escolas desde que se iniciou a crise, nem para a ação social nem para os orçamentos de escola”, disse José Eduardo Lemos, presidente do Conselho das Escolas, o órgão consultivo do Ministério da Educação.

Eduardo Lemos defendeu que “uma medida importantíssima era o Ministério da Educação (ME) libertar às escolas as verbas que passaram em saldo no início do mês de janeiro”.

“Ainda não sabemos quando essas verbas chegarão às escolas nem se chegarão e cada ano que passa chegam cada vez mais tarde”, criticou, considerando ser a “altura ideal para o ME dar um sinal e libertar essas verbas”.

A mesma posição foi defendida pelo vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Agrupadas (ANDAEP), David Sousa, que também foi hoje ouvido no parlamento.

“É preciso reforçar o orçamento das escolas. Quando a pandemia começou fomos fazendo algum investimento no sentido de salvaguardar a saúde dos nossos colaboradores e alunos e, agora, é preciso esse reforço”, alertou David Sousa.

Também a ANDAEP defendeu que o Governo poderia, por exemplo, libertar as verbas entregues pelas escolas ao cofre do tesouro no final de dezembro.

“Não foi muito dinheiro, mas as escolas são instituições que se previnem muito e guardámos alguns dinheiros que são entregues ao tesouro e depois demoram uma eternidade a voltar”, lamentou, sublinhando que esses valores estão a fazer “muita falta neste momento e seria muito importante que a Direção-Geral do Orçamento libertasse essas verbas”.

O diretor lembrou a importância de as escolas terem recursos para, por exemplo, poderem reforçar o crédito horário das escolas para o ano: “Não basta dizer que é preciso ajudar os alunos a recuperar aprendizagens ou reforçar aprendizagens e depois não temos recursos para isso”.

Durante a audição, os diretores escolares fizeram um balanço positivo do regresso às aulas presenciais, que começaram esta semana para os alunos do 11.º e 12.º anos, mas lembraram algumas dificuldades.

Jorge Saleiro, vice-presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), recordou que no processo de retoma das aulas presencias para os alunos do secundário, uma das tarefas mais difíceis foi conseguir conciliar os horários de trabalho dos professores.

Desde segunda-feira que os estudantes do 11.º e 12.º ano passaram a ter aulas presenciais, mas as aulas à distância mantiveram-se para todos os outros alunos, havendo docentes que dão aulas a vários níveis de ensino.

“Os docentes que regressaram ao trabalho não são docentes em exclusividade de turmas e das disciplinas envolvidas, têm outras turmas e outros níveis de ensino. E conciliar estas duas realidades novamente, num processo que tinha de ser muito rápido de implementar, cria dificuldades acrescidas e uma das preocupações que temos é as condições de trabalho dos docentes”, alertou Jorge Saleiro.

No entanto, os diretores consideraram que o regresso às aulas presenciais está a correr bem e aplaudiram o empenho dos docentes: “O trabalho dos professores tem sido fantástico”, sublinhou Filinto Lima, presidente da ANDAEP.

O presidente da ANDE, Manuel Pereira, recordou que em apenas um fim de semana, diretores e professores conseguiram “organizar o ensino à distância”.

Quando a 16 de maio os alunos deixaram de ter aulas presenciais, ainda havia muitos casos de estudantes sem acesso à internet, sem computadores ou com pouca rede, lembrou Manuel Pereira.

Segundo Filinto Lima, as desigualdades sociais notórias no arranque do ensino à distância – a 16 de março – “foram-se desvanecendo entre finais de março e o início deste terceiro período”.

Além dos equipamentos, foi preciso repensar as aulas e todo o sistema de ensino e, “no início, houve alguma desorientação da tutela”, nomeadamente de “falta de clareza”, lamentou Manuel Pereira.

Mas Manuel Pereira lembrou que naqueles primeiros tempos “a desorientação era geral”, resultado da chegada à Portugal da pandemia de covid-19, sobra a qual pouco se sabia.

Por outro lado, Manuel Pereira saudou o facto de ter havido “sempre uma grande abertura por parte do Ministério da Educação”, que deu autonomia às escolas para tomar decisões: “O Ministério confiou em absoluto nas escolas e as escolas conseguiram encontrar as respostas certas”.

Carlos Louro, também da ANDE e presidente do agrupamento de escolas de Cinfães, referiu que “em dois meses e meio, a Escola fez três arranques de anos letivos”: Primeiro com o ensino à distância, depois com o regresso às aulas presenciais dos alunos do 11.º e 12.ºanos e, dentro de duas semanas, com a reabertura do pré-escolar.

Mau Tempo: Marcelo elogia comportamento “disciplinado e sensato” dos portugueses

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou este sábado, 15 de novembro, o comportamento dos portugueses durante a passagem da depressão Cláudia, destacando a forma como a população reagiu ao mau tempo que atingiu várias zonas do país.

“Os portugueses foram muito disciplinados” e “muito sensatos” nestes dias difíceis, afirmou o chefe de Estado.

O Presidente reforçou ainda que, perante a intensidade da depressão, “para aquilo que aconteceu, os portugueses mais atingidos pelo mau tempo foram muito sensatos”.

Eleições presidenciais são a 18 de janeiro do próximo ano

Marcelo Rebelo de Sousa escolheu o dia 18 de janeiro de 2026 para as eleições presidenciais.

O Presidente da República assinou o decreto que fixa o ato eleitoral, o qual seguiu para publicação no Diário da República.

“Nos termos previstos na Constituição e na Lei Eleitoral, o Presidente da República assinou o Decreto que fixa as eleições presidenciais para domingo 18 de janeiro de 2026, o qual seguiu para publicação no Diário da República”, pode ler-se no site da Presidência.

 

Secretário de Estado admite alguma “descoordenação momentânea” nos incêndios

O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, admitiu que possa ter havido falhas de coordenação no combate aos incêndios, explicando que a situação no terreno é muito complexa. Garantiu, no entanto, que a resposta global tem sido positiva, embora com algumas dificuldades. Referiu ainda que o Governo precisa de reforçar políticas de prevenção e gestão da floresta.

O governante disse que este verão trouxe condições meteorológicas anormais, como trovoadas secas e ventos fortes, e que por isso não há memória de um período tão difícil.

A situação de alerta terminou, já que se espera descida das temperaturas e aumento da humidade.

Rui Rocha lembrou que os grandes fogos obrigam a mobilizar muitos operacionais e isso pode atrasar a ajuda a algumas populações. Sobre críticas à falta de comando, afirmou que o responsável da Proteção Civil tem estado ativo no terreno.

Quanto ao apoio europeu, explicou que só é usado em último recurso. Destacou ainda o auxílio de Marrocos e da Suécia. Sublinhou, no entanto, que o maior problema não é a falta de aviões, mas sim o mau tempo que muitas vezes os impede de voar.

O Governo está também a preparar medidas de apoio para as populações atingidas.

País: Presidente da República lamenta a terceira morte no combate às chamas na última noite

O Presidente da República apresentou condolências à família do operador que morreu na noite de terça-feira em Mirandela, durante os trabalhos de combate a um incêndio.

O homem, de 65 anos, operava uma máquina de rasto quando terá sido colhido pelo próprio veículo. Era funcionário de uma empresa contratada para abrir faixas de corta-fogo.

Marcelo Rebelo de Sousa estendeu também as condolências ao município, através do presidente da câmara, que destacou o “trabalho incansável” da vítima.

Esta é a terceira morte registada este ano em Portugal continental devido a incêndios.

País: Presidente da República e Primeiro Ministro lamentam morte de bombeiro nos incêndios

Um bombeiro da corporação da Covilhã morreu este domingo quando a viatura em que seguia, com mais quatro elementos, capotou para uma ribanceira em Aldeia de São Francisco de Assis. Quatro bombeiros ficaram feridos.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, lamentou “com profunda tristeza” a morte e apresentou condolências à família. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou em “ininterrupta doação” dos bombeiros e transmitiu o seu “profundo pesar solidário” às famílias das vítimas.

Salvou os animais mas perdeu a casa: Portugal uniu-se e donativos já passam os 80 mil euros

Pedro, de Oliveira do Hospital, perdeu a casa nos incêndios que atingiram o Norte e Centro do país, mas conseguiu salvar todos os seus animais. A história foi partilhada pela Intervenção e Resgate Animal (IRA), que destacou: “Lavado em lágrimas, não lhe restou mais nada senão os seus animais que escaparam por estarem soltos.”

O momento considerado “o verdadeiro milagre” aconteceu quando a cadela de Pedro salvou os seus filhotes, refugiando-se com eles num buraco de acesso a uma mina. “Ardeu tudo à volta, ardeu a entrada, mas os animais salvaram-se todos.”

Após a destruição total da habitação, o IRA lançou uma campanha para ajudar Pedro. Em poucos dias, e através da plataforma gofoundme, foram angariados mais de 80 mil euros, entre os donativos através do IRA e a plataforma gofoundme. A organização anunciou que, com esse valor, vai oferecer-lhe uma casa modular e um abrigo para os animais: “O Pedro vai ter uma casa.”