Covid-19: Filas para refeições solidárias no Porto triplicaram de tamanho desde março

A opção pelo ‘lay-off’ ou pela suspensão dos contratos laborais pelas empresas no contexto da covid-19 teve uma repercussão direta no aumento das filas para as refeições solidárias no Porto, que em alguns casos triplicou a procura.

Diariamente, ao final da manhã e ao início da noite, em alguns pontos da cidade, são comuns filas de sem-abrigo em busca de uma refeição solidária, um problema que adquiriu contornos maiores com a chegada do novo coronavírus, obrigando a redimensionar toda a estrutura.

A Lusa falou com três das obras solidárias do Porto que mantiveram o apoio diário aos sem-abrigo, mas também, desde o início de março, a famílias carenciadas que perderam os seus rendimentos com o encerramento temporário da atividade em que laboravam.

Na Praça Marquês de Pombal há muito que há filas para comer, em direção à Porta Solidária, obra criada no seio da igreja da paróquia. Um cenário que, assim que março chegou, ganhou muito mais pessoas e extensão numa fila que começa agora na Rua Damião de Góis.

Na terça-feira “servimos refeições a 443 pessoas, sendo que a nossa média diária de 2019 até março foi de 160 refeições”, relatou à Lusa o padre Rúben Marques, precisando que a “média diária atual se situa agora nas 400 refeições”.

Nessas filas diárias, relatou o clérigo, sente-se hoje em dia “um grande peso da comunidade brasileira”, mas também é visível “um número razoável de jovens que tinham empregos ligados ao turismo, sazonais, e que ficaram sem rendimento”.

E já não é só quem reside no Porto que procura matar a fome na Porta Solidária, com o padre Rúben Marques a identificar também “pedidos de Rio Tinto, no concelho de Gondomar, e da Póvoa de Varzim”.

Preparado para este acréscimo na procura, devido a “uma grande campanha de angariação de bens”, são, contudo, os apoios que “chegam também de particulares, empresas e de várias paróquias do Porto bem como da Associação Comercial do Porto”, que estão a assegurar, segundo o padre, o serviço das refeições.

O redimensionamento chegou também ao voluntariado, conjugando o facto de “terem de poupar as habituais voluntárias, por serem de idade, com a chegada de outros, cujas associações deixaram de dar apoio, para manter o projeto ativo diariamente entre as 18:00 e as 20:00, em regime de ‘take-away'”.

“Preocupa-nos que muitos deles, e ainda bem, tenham de regressar ao trabalho, pois as filas não vão diminuir. Vamos ver, depois de 02 de maio como vai ficar a rede de voluntários”, disse o padre.

Na zona oeste da cidade, a Casa Mãe Clara, projeto de responsabilidade social da Casa de Saúde da Boavista, viu também a procura por refeições disparar, bem como diversificar o tipo de carenciado.

A freira Regina Sousa, responsável pelo apoio solidário que diariamente serve “refeições completas entre as 12:00 e as 13:00”, relatou à Lusa que a procura “conheceu também um aumento substancial, passando de cerca de 60 diárias para 160”.

“Chega-nos gente de Gondomar, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, tudo pessoas carenciadas e são mais homens que mulheres”, disse a religiosa.

Também aqui, a chave para que nada falte surge do trabalho em rede, ou como prefere chamar-lhe, da “partilha de bens” que “acontece com a Porta Solidária e que alarga a capacidade de resposta”.

Também neste caso, Regina Sousa olha com expectativa para o que vai acontecer em maio: “espero que a situação estabilize a partir de maio, quando uma parte das pessoas poderá voltar a trabalhar e a obter o seu sustento”.

Na zona da Constituição, Lasalete Piedade, fundadora e presidente do Coração da Cidade, disse à Lusa “não ter mãos a medir”, depois de ter “retomado na Páscoa o apoio aos sem-abrigo que já não se verificava desde 2015”.

“Temos 500 pessoas inscritas. Diariamente damos refeições ‘take-away’ a mais de 400 pessoas, entre as 11:00 e as 18:00”, disse a responsável pela obra de voluntariado portuense que “fornece também roupa” e que “em tempos chegou a apoiar 1.200 sem-abrigo” da cidade.

Com o desemprego, acrescentou, o número de famílias que apoiam “passou das 400 para as 625”, agora com origem geográfica mais alargada, identificando “pessoas de Matosinhos e Gondomar, entre outros concelhos do distrito do Porto”.

O Coração da Cidade, foi fundado há 25 anos e, frisou Lasalete Piedade, “tem uma série de estruturas, como um restaurante solidário, que queria ativar, mas que sem a autorização da câmara não o pode fazer”, estando “preparado para receber 160 pessoas sentadas”.

Portugal regista 785 mortos associados à covid-19 em 21.982 casos confirmados de infeção, segundo o boletim de quarta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Famalicão: CITEVE poderá estar envolvido na operação do “Maestro” Manuel Serrão

A operação “Maestro”, sobre alegada fraude com fundos comunitários, e que coloca Manuel Serrão no centro da suspeita, também visa o CITEVE, em Famalicão. Segundo escreve o Jornal “O Público”, o CITEVE terá emitido faturas relativas ao fornecimento de bens e serviços à Associação Seletiva Moda que poderão não ter correspondência com a realidade.

Recorde-se que a operação “Maestro” saiu esta terça-feira para a praça pública, com duas centenas e meia de inspetores da Polícia Judiciária, peritos financeiros e informáticos a realizarem cerca de oitocentas buscas, em vários organismos de diferentes regiões do país.

A Polícia Judiciária, em comunicado, esclareceu que estão em causa suspeitas da prática de crimes de fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal qualificada, branqueamento e abuso de poder que, no total, podem chegar aos 40 milhões de euros, na maioria do quadro do Compete 2020 – Programa Operacional Temático Competitividade e Internacionalização.

As suspeitas recaem na criação de estruturas empresariais complexas, com o objetivo de apresentar justificações contratuais referentes a prestações de serviços e fornecimento de bens para a captação de fundos. Manuel Serrão é tido como o “cérebro” desta estrutura, mas há outros suspeitos: o jornalista Júlio Magalhães e o presidente do COMPETE, Nuno Mangas, estão entre os nomes já conhecidos.

Próxima época da Liga BPI em relvado natural e campeonato reduzido a 10 equipas (só em 2025/26)

O formato competitivo dos campeonatos nacionais seniores femininos vai ser alterado. A redução para 10 equipas na Liga BPI (atualmente são 12) e a criação da 4.ª divisão são as grandes alterações… só para 2025/26. Outra novidade, em vigor já na próxima época, é a realização de todos os jogos em relvado natural.

A redução de equipas no principal campeonato determina que na próxima época (24/25) haverá mais descidas. Falta saber quantas equipas descem diretamente e se haverá playoffs entre formações do primeiro e segundo escalão.

A 2. ª divisão manterá 16 equipas e a 3.ª divisão contará com apenas 12. Com esta redução de equipas, será criada uma 4.ª divisão, sem limite de equipas. Para 2026/27, a única alteração acontece na 2.ª divisão, que será reduzida de 16 para 12 equipas.

Estas medidas têm como objetivo «melhorar a competitividade, promovendo o equilíbrio, aumentar a base de recrutamento de futebolistas portuguesas e potenciar o contexto em que jogam», refere a FPF. Por outro lado, o organismo desportivo pretende, também, «evitar sobrecarga no calendário» face ao aumento de clubes nacionais nas competições da UEFA, nomeadamente na Liga dos Campeões, já em 2024/2025, e uma «maior distribuição e criteriosa aplicação de fundos de apoio aos clubes, estando já estabelecido um montante de 7,8 milhões de euros para as épocas de 2024/2025 e 2025/2026».

Ensino: Presidente da CESPU reeleito na liderança da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado

Almeida Dias, presidente do Conselho de Administração da CESPU – Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, foi reeleito, no início deste mês, para o segundo mandato na presidência da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP).

A APESP é a única entidade que formalmente representa as instituições do ensino superior privado no Conselho Nacional de Educação, no Conselho Coordenador do Ensino Superior, na Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior e no Conselho Consultivo da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.

Almeida Dias foi eleito, pela primeira vez, em abril de 2021, tendo cumprido o mandato que terminou em 2023.

Novamente à frente da APESP, Almeida Dias aponta como prioridades para os próximos dois anos alterações na «avaliação da qualidade dos centros de investigação» e na «avaliação das candidaturas dos centros de investigação no âmbito dos programas plurianuais de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia».

Pretende, também, criar um regime de contratação e carreira do pessoal docente e de investigação que respeite a natureza específica do setor particular e cooperativo, assim como a sua autonomia e modelo de gestão. E acabar com a discriminação institucional entre público e privado, nomeadamente no que concerne ao reconhecimento de graus e diplomas estrangeiros.

Outro eixo de intervenção será o reforço da internacionalização das instituições, utilizando a APESP como veículo corporativo.

Foto: CESPU

Famalicão: CDS/PP regressa ao Parlamento com a eleição de Nuno Melo

O famalicense Nuno Melo, número dois da lista da Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) no distrito do Porto, viu confirmada a sua eleição para o Parlamento Nacional.

O partido, que ficou fora da Assembleia da República nas Legislativas de 2022, confirma o seu regresso, sendo que até ao final da noite eleitoral é expectável que o partido consiga mais alguns eleitos.

Nuno Melo é o líder do CDS, presidente da Assembleia Municipal e deputado europeu.

Legislativas 2024: Abstenção poderá ser a baixa dos últimos 20 anos

Na última divulgação da Comissão Nacional de Eleições (CNE), às 16 horas deste domingo, mais de metade da população já tinha exercido o seu direito de voto nas eleições legislativas, com uma afluência às urnas de 52%, a percentagem mais alta dos últimos 20 anos.

Nas últimas legislativas, em 2022, a abstenção ficou nos 42% e em 2019, o valor foi ainda mais elevado com 45,5% da população a não ir às urnas.

Este domingo, as previsões apontam para que o valor da abstenção desça e surpreenda pela positiva.

Famalicão: CDS já marcou Congresso e Nuno Melo recandidata-se à liderança

O Conselho Nacional do CDS-PP reuniu na passada sexta-feira e marcou, para 20 e 21 de abril, o congresso do partido. Nuno Melo recandidata-se à liderança.

O famalicense, presidente da Assembleia Municipal e eurodeputado, foi eleito presidente do CDS-PP em abril de 2022, com 74,93% dos votos dos delegados ao 29.º congresso nacional do partido, que decorreu em Guimarães.

O CDS-PP integra, em conjunto com o PSD e o PPM, a Aliança Democrática que concorre às Legislativas antecipadas do próximo 10 de março.