Covid-19: Empresas devem isolar casos para evitar terem de fechar

As empresas têm todas as vantagens em colaborar com as autoridades de saúde quando detetam casos de covid-19, para evitarem terem de fechar, caso o surto se dissemine, alertou hoje o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

Em entrevista à agência Lusa, Duarte Cordeiro, membro do Governo que faz a ligação entre autarquias, entidades de saúde, da segurança social e proteção civil na área de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), afirmou preocupação com o surto de covid-19 numa empresa da Azambuja e salientou que na próxima segunda-feira decorrerá uma reunião de várias entidades com as empresas da Plataforma Logística da Azambuja.

O objetivo é “passar uma mensagem de prevenção”, alertar para a atenção que deve ser dada a fatores como os aglomerados de trabalhadores, à proteção individual, aconselhar que os sintomas da doença não sejam desvalorizados e demonstrar que as autoridades de saúde pública estão disponíveis para apoiar.

“Uma empresa, se detetar um caso e se o isolar, vai preservar muito mais a sua capacidade de trabalho. Se o ignorar e ele começar a ganhar dimensão, depois, quando o for identificar, já representa uma percentagem muito maior dos seus trabalhadores”, disse.

“Se as empresas quiserem realmente ajudar-se no que respeita à preservação da sua atividade, vão querer ter estes cuidados, vão querer separar os trabalhadores por turnos e querer preservar esta situação (…) Uma empresa que não perceba isso arrisca-se a parar durante 15 dias. Isso sim. É um prejuízo enorme”, acrescentou.

A empresa Avipronto, na Azambuja, começou por detetar a infeção por covid-19 em cerca de 30 funcionários, mas a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, adiantou que, até hoje de manhã, foram identificados 101 trabalhadores com resultado positivo na empresa, que já testou todos os funcionários.

A Avipronto, que entretanto encerrou, está a cumprir um conjunto de regras e recomendações das autoridades de saúde para poder reabrir.

“É normal que, com a abertura, a taxa de contágio aumente, mas, simultaneamente, temos de controlar e identificar todas essas situações”, salientou Duarte Cordeiro.

O responsável sublinhou ainda que nesta primeira semana de abertura tem havido maior pressão nos transportes públicos e defendeu que “tem que haver uma enorme responsabilização da parte das empresas no cumprimento dos critérios de lotação nos serviços públicos”.

“A informação que nós temos é que as pessoas estão a cumprir, utilizando as máscaras nos transportes públicos. Nem sempre a lotação é cumprida. E essa parte é muito importante que seja cumprida. Não só as empresas procurar garantir que não é ultrapassada essa lotação, como as próprias pessoas, se veem que um autocarro vai sensivelmente já com uma lotação que corresponde àquilo que está definido como a lotação nos transportes, não devem forçar” a entrada, afirmou.

Neste novo contexto, “tem também de haver uma compreensão por parte das empresas, para que não penalizem os trabalhadores se tiverem algum atraso” que “possa significar esperar pelo transporte público seguinte”.

“E temos também de pressionar as empresas de transportes públicos para tentarem cumprir os horários, para que possamos todos retomar a nossa normalidade. A existência de vários horários durante a manhã é muito importante para que possamos todos voltar ao trabalho sem uma grande pressão”, acrescentou.

Portugal regista 1.114 mortes relacionadas com a covid-19 e 27.268 infetados, 7.093 deles na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde.

De acordo com a diretora-geral, Graça Freitas, estes resultados podem dever-se à testagem elevada realizada nesta região, que permite que sejam detetados mais casos.

A responsável destacou ainda a existência na região de surtos como o da Azambuja.

Fazem parte da região de LVT os municípios da Área Metropolitana de Lisboa (Grande Lisboa e Península de Setúbal) e das comunidades intermunicipais da Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Oeste.

Secretário de Estado admite alguma “descoordenação momentânea” nos incêndios

O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, admitiu que possa ter havido falhas de coordenação no combate aos incêndios, explicando que a situação no terreno é muito complexa. Garantiu, no entanto, que a resposta global tem sido positiva, embora com algumas dificuldades. Referiu ainda que o Governo precisa de reforçar políticas de prevenção e gestão da floresta.

O governante disse que este verão trouxe condições meteorológicas anormais, como trovoadas secas e ventos fortes, e que por isso não há memória de um período tão difícil.

A situação de alerta terminou, já que se espera descida das temperaturas e aumento da humidade.

Rui Rocha lembrou que os grandes fogos obrigam a mobilizar muitos operacionais e isso pode atrasar a ajuda a algumas populações. Sobre críticas à falta de comando, afirmou que o responsável da Proteção Civil tem estado ativo no terreno.

Quanto ao apoio europeu, explicou que só é usado em último recurso. Destacou ainda o auxílio de Marrocos e da Suécia. Sublinhou, no entanto, que o maior problema não é a falta de aviões, mas sim o mau tempo que muitas vezes os impede de voar.

O Governo está também a preparar medidas de apoio para as populações atingidas.

País: Presidente da República lamenta a terceira morte no combate às chamas na última noite

O Presidente da República apresentou condolências à família do operador que morreu na noite de terça-feira em Mirandela, durante os trabalhos de combate a um incêndio.

O homem, de 65 anos, operava uma máquina de rasto quando terá sido colhido pelo próprio veículo. Era funcionário de uma empresa contratada para abrir faixas de corta-fogo.

Marcelo Rebelo de Sousa estendeu também as condolências ao município, através do presidente da câmara, que destacou o “trabalho incansável” da vítima.

Esta é a terceira morte registada este ano em Portugal continental devido a incêndios.

País: Presidente da República e Primeiro Ministro lamentam morte de bombeiro nos incêndios

Um bombeiro da corporação da Covilhã morreu este domingo quando a viatura em que seguia, com mais quatro elementos, capotou para uma ribanceira em Aldeia de São Francisco de Assis. Quatro bombeiros ficaram feridos.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, lamentou “com profunda tristeza” a morte e apresentou condolências à família. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou em “ininterrupta doação” dos bombeiros e transmitiu o seu “profundo pesar solidário” às famílias das vítimas.

Salvou os animais mas perdeu a casa: Portugal uniu-se e donativos já passam os 80 mil euros

Pedro, de Oliveira do Hospital, perdeu a casa nos incêndios que atingiram o Norte e Centro do país, mas conseguiu salvar todos os seus animais. A história foi partilhada pela Intervenção e Resgate Animal (IRA), que destacou: “Lavado em lágrimas, não lhe restou mais nada senão os seus animais que escaparam por estarem soltos.”

O momento considerado “o verdadeiro milagre” aconteceu quando a cadela de Pedro salvou os seus filhotes, refugiando-se com eles num buraco de acesso a uma mina. “Ardeu tudo à volta, ardeu a entrada, mas os animais salvaram-se todos.”

Após a destruição total da habitação, o IRA lançou uma campanha para ajudar Pedro. Em poucos dias, e através da plataforma gofoundme, foram angariados mais de 80 mil euros, entre os donativos através do IRA e a plataforma gofoundme. A organização anunciou que, com esse valor, vai oferecer-lhe uma casa modular e um abrigo para os animais: “O Pedro vai ter uma casa.”

Montenegro cancela férias até 22 de agosto por causa dos fogos

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, cancelou esta sexta-feira o período de férias que tinha previsto até 22 de agosto, informou o Governo em nota oficial.

A decisão surge numa altura em que vários incêndios de grande dimensão lavram no país, obrigando a prolongar a situação de alerta até domingo, dia 17. Milhares de operacionais permanecem no terreno, após dias de combate intenso e condições meteorológicas adversas.

Luís Montenegro esteve de férias nos últimos cinco dias, embora tenha mantido agenda pública em quatro deles.

Futebol nacional de luto. Morreu Diogo Jota

Diogo Jota, internacional português e jogador do Liverpool, faleceu na madrugada desta quinta-feira, vítima de um acidente de carro sofrido na zona de Zamora, em Espanha. O atleta, de 28 anos acabou por falecer, assim como o irmão André, de 26 anos, que jogava no Penafiel e, em 2019-2020 representou os sub-23 do FC Famalicão.

Natural do Porto, Diogo José Teixeira da Silva conta com 49 internacionalizações pela seleção A, tendo marcado 49 golos. O avançado jogou, também, pelas seleções jovens, com registo de 30 jogos e 14 golos.

Do seu percurso futebolístico, Diogo Jota jogou no Gondomar, Paços de Ferreira, FC Porto, Wolverhampton e ia para a quinta época ao serviço do Liverpool pelo qual se sagrou, na época passada, campeão de Inglaterra.